6 de fevereiro de 2010

V.Setúbal-Benfica, 1-1




















O talento mostrado frente à União de Leiria não passou o Tejo, afundou-se no Sado e, com ele, ou melhor, sem ele, os encarnados andaram na sombra, durante os primeiros 45 minutos. Na sombra própria e na do Vitória. Os sadinos entraram muito bem em jogo e eram os lisboetas quem corria, quem perseguia as correrias de Hélder Barbosa, Neca e Bruno Ribeiro. Quando a coxa de Zoro traiu os sadinos e bateu em Ricardo Silva, o Benfica ficou numa vantagem que de tão ilusória deixou a equipa sem primeiro toque, sem as combinações habituais e, sobretudo, sem conseguir sair rápido para o ataque.

Pelo contrário, apesar de querer assumir despesas, o Benfica provou um pouco do próprio veneno, como poucas vezes fez esta temporada. A pressão sadina deixou em aflição a defesa das águias e com um rejuvenescido Bruno Ribeiro, o Vitória reagia e de que maneira ao 1-0. Neca permitia um corte «in extremis» a David Luiz, mas isso era apenas o adiamento de uma sentença dura para os encarnados. Com os mesmos intervenientes, os sadinos igualaram, numa «rosca» do central brasileiro. Se havia injustiça no «placard», era para o Vitória, surpreendentemente (pelas posições na tabela), a melhor equipa em campo. Se os benfiquistas esperavam um jogo fácil, ao intervalo sabiam que não o iam ter. Era urgente mudar do lado encarnado, mas Jesus preferiu não o fazer.

Os instantes iniciais do segundo tempo mostraram que este ia ser um jogo de emoções fortes. Cardozo desperdiçava o golo de cabeça, Keita fazia o mesmo no lance imediato, na baliza oposta. Pouco depois, um penalty reclamado de um lado e um golo (mal) anulado do outro. O Bonfim entrava em ebulição, o Vitória continuava muito bem e o Benfica, no plano oposto. Mal, pois claro, e nem a troca de Ramires por Carlos Martins disfarçava o mau jogo encarnado.

Era altura, pois, de jogar com o coração, com as forças que se vão buscar onde parecem não existir. No caso do Vitória isso era mais notório, com alguns a caírem de cansaço. Mas sempre a levantarem-se. Di María também derrubou sadinos, à medida que entrava na área, mas na altura do remate, houve um guarda-redes a salvar a equipa. Mário Felgueiras que com a mão esquerda limpou a imagem dos 8-1 da Luz.

Jesus trocava Aimar pela altura de Kardec, mas era Di María quem começava a aparecer, pelo chão. Foi também na relva que caiu, depois de lance com Collin, num lance de grande penalidade. Mais um caso, mesmo a acabar o encontro, num estádio cada vez mais quente, mas que, por incrível que pareça, ainda tinha por onde arder! Zoro faz falta sobre Kardec, penalty para os encarnados e Cardozo, com toda a força do pé esquerdo, atira à barra! Custou dois pontos ao Benfica, mas que custos terá no campeonato? Se o título não chegar à Luz, a bomba do Tacuara pode muito bem vir a ser um dos momentos desta Liga 2009/10. O tempo dirá.

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