7 de fevereiro de 2010

F.C. Porto-Naval, 3-0



















Johan Cruyff dizia que o mais importante no futebol era jogar com o cérebro. O F.C. Porto fê-lo desde o primeiro instante. Foi inteligente, cauteloso e competente. Provocou as primeiras sevícias no adversário através da extrapolação do talento de Fernando Belluschi, mas sempre sem transbordar os limites da lógica.

Foi algo complacente, vá lá, quando se percebia que bastava querer para ter a Naval ajoelhada e à mercê do capricho alheio. Fez girar a bola, com qualidade, aproveitou toda a largura do campo, socorreu-se da estética e da beleza de processos.

A meio do primeiro tempo, Belluschi centrou «de letra» e Falcao finalizou com um pontapé de bicicleta. Uma tela soberba, estimulante, mas ineficaz. Os golos, o tempero de tudo isto, chegaram mais tarde.

Na cobrança de um livre indirecto, Tomás Costa sossegou a ânsia do dragão. O médio argentino voltou a estar muito bem, tal como Belluschi (na primeira parte) e Ruben Micael (na segunda). Perante esta equação, não é necessário ser um matemático brilhante para perceber a dor que vai na cabeça de Jesualdo.

Fernando e Raul Meireles estão à porta da recuperação, mas a fase inspirada destes três tranca-lhes a entrada na equipa inicial. O Porto reagiu muito bem à junção de Ruben e Belluschi, a equipa mostra mais desvelo na gestão da bola e alimenta como nunca Varela, Falcao e, nesta noite, Mariano. Futebol total? Algo relativamente perto disso.

O segundo e terceiro golos foram uma mera questão de timing.

A Naval, organizada e unida, raramente tirou a cabeça da carapaça. Mas assustou numa ou duas viagens à área do Porto. De qualquer forma, os rapazes da Figueira da Foz tiveram o mérito de bloquear com mérito os canais de ligação à baliza de Peiser.

Os últimos dois golos portistas apareceram somente nos últimos dez minutos e foram anotados pelos senhores do costume. Falcao, numa bela finalização de cabeça, e Varela, num pontapé certeiro.

Três pontos, enfim, no reencontro com a normalidade de um quotidiano azul e branco. Sem o atrevimento da perfeição, mas com o mérito da resolubilidade.

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