9 de fevereiro de 2010

Águias humilham Leões (1-4)




O Sporting disse adeus a mais um título, após perder 1-4 nas meias-finais da Taça da Liga com o Benfica. Foi a quarta derrota consecutiva dos leões e a segunda prova a ficar pelo caminho, depois da Taça de Portugal. Enquanto o campeonato continua a ser uma miragem matematicamente possível, só a Liga Europa pode salvar uma época há muito em sofrimento.

No reencontro dos rivais de Lisboa, após o nulo no campeonato, os encarnados levaram a melhor sobre um adversário frágil no controlo das emoções e em reagir às constantes adversidades. Falta sorte ao Sporting mas não falta demérito no insucesso. Desta vez não houve arbitragem polémica, mas não faltaram casos.

Cinco golos, dois de bola parada, duas expulsões, ambiente tenso e muitas faltas a interromper o «derby». Se não havia dúvida que seria um jogo de nervos, a certeza chegou com a expulsão de João Pereira e o consequente golo do Benfica. Olegário Benquerença ajuizou bem o cartão vermelho, a castigar falta duríssima do lateral, formado no Benfica, sobre Ramires, e Carlos Martins, um ex-leão, cobrou o livre que terminou na cabeça certeira de David Luiz.

A perder desde os oito minutos e com menos um jogador em campo, o leão estava em choque. Demorou a repensar o jogo e apesar de os adeptos não terem gostado da saída de Adrien para a entrada de Pedro Silva, só após a substituição o Sporting conseguiu reposicionar-se, aos 25 minutos.

Cantavam-se, por esta altura, «olés» em Alvalade. E como se não bastasse a desvantagem numérica em campo, ela acentuou-se também no marcador. Um passe longo de David Luiz descobriu César Peixoto na esquerda, o lateral chutou contra Pedro Silva, voltou a ficar na posse da bola e cruzou para Ramires que empurrou para o segundo, estavam decorridos 30 minutos.

Do lado do Sporting, o inconformismo tinha apenas um nome: Liedson. A primeira ameaça de perigo surgiu aos 32 minutos, quando «assistido» por Di María rematou cruzado para defesa difícil de Júlio César. Cinco minutos depois, um «golão» inteiramente merecido. Liedson correu pelo meio-campo, João Moutinho ainda o seguiu, mas o avançado, na cara de três defesas, acreditou em si e marcou.

Era o alento que o Sporting necessitava frente a um Benfica com um banco ameaçador: Cardozo, Saviola e Aimar. Jorge Jesus optou por colocar de início uma dupla inédita: Kardec e Éder Luís, reforços de Inverno. Carlos Carvalhar apostou em Pedro Mendes e Adrien no miolo, no regresso de Carriço e Izmailov à equipa, mas teve de sacrificar o jovem médio após a expulsão de João Pereira.

Nem Carvalhal nem Jesus retocaram os onzes ao intervalo e a segunda parte começou praticamente como a primeira, ou seja, com uma expulsão. Tiago, guarda-redes suplente, protestou do banco um fora-de-jogo, Olegário Benquerença mostrou-lhe um amarelo, o jogador continuou com as críticas e recebeu ordem de expulsão.

Após um fora-de-jogo duvidoso a Pongolle, que seguia isolado, os «olés» e os «só mais um» voltaram a surtir efeito para os encarnados. Mais uma bola parada, desta feita um canto, novamente marcado por Carlos Martins e também para a cabeça de um central, agora Luisão. O capitão não desperdiçou a oportunidade e, aos 68 minutos, assinou o 3-1.

Com o jogo controlado e o leão domado, Jesus acabou com as poupanças e mandou entrar Cardozo, Saviola e Aimar.

E foi já de cabeça perdida que o Sporting assistiu ao golpe final: Cardozo, o melhor marcador do campeonato, encarregou-se de humilhar o leão em cima do apito, com um grande golo a fechar uma goleada (4-1) em mais um adeus da equipa de Alvalade.

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