31 de janeiro de 2010

Nacional 0-4 Porto




O tetracampeão está vivo. Depois do empate caseiro com o Paços de Ferreira, o FC Porto foi à Choupana golear, lembrando aos mais distraídos que continua empenhado na luta pela revalidação do título. Foi uma vitória justa, mas facilitada pela expulsão de Alex Bruno à meia-hora, num lance em que Carlos Xistra apontou para a marca de grande penalidade e que motivou muitos protestos dos insulares. O FC Porto voltou a sair da Choupana com os três pontos, onde o Nacional não perdia, para o campeonato, há mais de um ano. A última derrota acontecera, precisamente, diante do mesmo adversário na época passada.

E voltou a marcar quatro golos, dois de Varela e de Falcao, que selaram a maior goleada do FC Porto esta época e logo no 300º jogo de Jesualdo Ferreira no campeonato. Os números podem até parecer exagerados, porque até à expulsão e ao penálti o Nacional estava a controlar o jogo e o FC Porto só tinha conseguido fazer cócegas. Só que Varela concretizou a grande penalidade - bateu Bracali da mesma maneira que o fizera, por duas vezes, a Bruno Vale, no épico desempate na Taça de Portugal - e a ansiedade, que tantas vezes tem traído o tetracampeão, foi substituída por uma onda crescente de tranquilidade que facilitou a circulação de bola e finalização.

Numa visão redutora, dois estreantes acabaram por marcar o encontro. Rúben Micael voltou a casa com a camisola do FC Porto e foi o maestro que tantas vezes faltou à equipa durante a primeira volta. Do outro lado, Manuel Machado apostou em Alex Bruno para o eixo da defesa, mas este só esteve em campo meia-hora. Tempo suficiente para ver dois amarelos e o árbitro assinalar-lhe a tal grande penalidade. Resultado desastroso para o Nacional, conforme os números finais comprovam. Cléber recuou para central e os portistas passaram a dominar sem grande dificuldade o meio-campo. A partir daí e até ao intervalo, só deu FC Porto e era apenas uma questão de adivinhar quando faria o segundo. E fê-lo por Falcao, ao cair do pano sobre a primeira parte.

Escusado será dizer que o ritmo baixou na segunda parte. Manuel Machado trocou de avançados, mas só de bola parada conseguiu incomodar Helton. O FC Porto geriu a vantagem sem abdicar de atacar, quase sempre com perigo. Falcao e Varela voltariam a marcar.

Havia, antes do jogo, a dúvida sobre que reacção teria o FC Porto sem os capitães e líderes - Bruno Alves e Raul Meireles - em campo. A resposta? Teve não dois, mas sim três líderes indiscutíveis em campo: Rúben Micael, Álvaro Pereira e Falcao. Se havia alguma dúvida sobre a qualidade do madeirense ontem ficou dissipada. Com apenas duas semanas de treino já é o maestro da equipa e com ele a orquestra toca mais fino, mesmo com momentos de genialidade, como o contra-ataque que selou as contas do encontro. Junta-se ao médio, o instinto matador de Falcao, que já leva 13 golos no campeonato - 17 no total - , um Álvaro Pereira endiabrado - nem parece o jogador com mais minutos da equipa -, para além, claro, de Varela frio e calculista. O resultado foi um jogo mais equilibrado nos seus processos e, sobretudo, mais rápido nas transições. E as coisas nem começaram bem para Jesualdo Ferreira que se viu privado de Rodríguez aos 19', na sequência de uma lesão muscular. Mariano entrou para o seu lugar e Varela trocou de lado. Mais atrás, Fernando devolveu segurança.

Não se pense que o FC Porto esteve sozinho em campo. Manuel Machado, de volta ao banco depois do grave problema de saúde, viu a sua estratégia resultar até à meia-hora. Pecnik apoiou bem os dois homens da frente, onde Edgar Silva foi ganhando o duelo a Maicon. Patacas à direita e Nuno Pinto do outro lado, foram fazendo chegar a bola à área de Helton, faltando mais calma na finalização. Só que, entretanto, Carlos Xistra mostrou o segundo amarelo a Alex Bruno e o Nacional nunca mais se encontrou. Nem as alterações resultaram.


Nacional 0-4 FC Porto
Estádio da Madeira

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